domingo, 12 de junho de 2011
Soneto ao Ébrio
perguntareis - "Irmão fiel, por que bebes tanto?"
beber é, antes de tudo, filosofia
do alegre, do feliz; enquanto
segue o sóbrio o ócio da sua vida vazia,
sigo eu, ébrio, rindo de canto em canto.
dos antigos gregos, se coheceis, bebia
poderoso Baco de um barril vazio e santo;
de Hebe o vinho mágio rejuvesnecia.
e o que quero eu, mortal que sou? quero nada;
quero quando da morte a foice roçar-me a testa,
meu recesso com muito riso e em festa.
Com saudades, porém sem lágrimas, minha amada
ver depositar em minha boca desvanecida
um beijo e o último gole que eu beber na vida.
adilson hilário
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