A Poesia Nossa de Cada Dia
Para Flávia
A manhã traz com a claridade do dia
O caminhão do lixo e o latido cão.
Na padaria, onde o dia principia,
As pessoas cobiçam o fresco pão.
Poucos atentaram, porém a solidão
Do padeiro que rasgou a madrugada fria
Trabalhando o mais sagrado grão
Para o pão nosso de cada dia.
Assim, como o padeiro, o poeta também
Trabalha à madrugada no abandono
No seu ofício de poesia...ébrio de sono,
Suor no rosto...povoado de filosofia,
Fermenta o lívido grão de poesia
Que alimentará muitos...ou ninguém.
(Adilson Hilário)
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