Soneto A Morfeu
Morfeu, Deus do sono e da noite imperiosa,
Venho vos fazer, humildemente, um pedido;
Morfeu, imperador da noite piedosa
- Trazei-a, que de amores tenho sofrido.
Sei que não é de vosso trato, e sim de Cupido
O ofício da administração amorosa;
Mas Esse anda, suponho, um pouco esquecido
Ou artífice de uma festa libidinosa.
À nobre Vênus posso pedir a intercessão,
Porém, Ela não é tão justa ao voto masculino
E tende em tudo impor sua feminina razão.
Entrego a Vós, Morfeu supremo, meu destino
- Melhor o eterno sonho com o ser amado,
Que viver só, no meu mundo despertado.
Adilson hilário