segunda-feira, 29 de agosto de 2011



    Soneto à Pátria Pobre



Em meu peito, minha pobre pátria eu canto,

Pois que chega a mim o seu verso oceânico,

Ululando alegria e vozes em pânico

Num canto de amor, esperança e pranto.



Misturo  em meu canto - elegíaco e afônico

- a voz cansada e hirsuta com o encanto

Desta terra diversa e um sonho lacônico

Chega a meu peito transido de espanto.



Vem de um viaduto de mendigos repleto

Este canto faminto, oh Pátria ! e insistes

Em mostrar-te gigante, quando és criança



Esquálida, suja, carente e sem teto

Entoando da canção das três raças tristes

Uma réstia de pranto, amor e esperança.



                                                                                   Adilson Hilário