quarta-feira, 15 de junho de 2011



o poema em Teu corpo

falas com o corpo,
quando escreves e neste escrever
falas serenamente;

escreves com a mente
o que a mão tenta esconder
e quando é chegada a hora do anoitecer,
calas com o verso o que a boca tenta conter...

teu verso fala e é claro esse falar!
sei que me queres contar
que teu corpo não guarda mais tanto querer

e por tanto pensar e sofrer
te queres ocultar numa rima qualquer.

por seres mulher temes a noite volver
o ritmo noturno quando sonhar
é querer se dar menos que receber.

Todo sonhar é um novo acontecer
quando acontece de se perder
na cama de um outro qualquer

ou que no teu beijo mulher sem pudor
venha morrer de um silencioso querer

nessa dor de se saber objeto
flor aberta a qualquer inseto
que o seu pólen tenta sorver...

te sentes mulher e como quiser
te sentir deverás omitir
em teu verso a magia
de ter entre as pernas a gruta vazia

que deixa de ser sexo para ser poesia
que se entrega numa noite qualquer

por ser menos poema que mulher



adilson hilário

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